Onde está a Livraria Poesia Incompleta? Ora, pois, na Lapa
30/07/12 21:29
A Livraria Poesia Incompleta, esse formidável empreendimento português unicamente dedicado a poesia — poesia do mundo inteiro, o que é ainda mais formidável — foi tema do ex blog em janeiro, vá por aqui.
Nem deu tempo de ir conhecer a loja, chamada um dia de “a última aventura surrealista de Lisboa”, sobre a qual soube com tanto atraso. No fim de março, suas portas foram fechadas, sem dívidas mas destino incerto, como explicou Changuito, seu criador e faz-tudo, ao jornal português “Público”, por aqui.
O leitor talvez não saiba que Portugal, entre outros países da zona do euro, atravessa crise pesada. E o Brasil, talvez o leitor também não saiba, vai muito bem, como nos conta a imprensa estrangeira –ok, estamos ao menos melhorzinhos que antes, ou serei otimista?
A notícia, espero para publicá-la havia quatro meses e não é exagero, é que enquanto os fãs da livraria ficaram a lamentar seu fechamento no blog e mural do Facebook, Changuito se mudava para o Rio de Janeiro. O endereço é a Lapa, o bairro dos arcos e das novelas de Glória Perez; por ora, um escritório; no médio prazo, uma loja inteira.
Changuito diz que veio com “uma tonelada” de livros. Tonelada? Vieram em caixas? Como vai ser possível comprar? Já descobriu livros brasileiros? E, afinal, o que fazes no Brasil desde que chegou?
Changuito responde ao blog por e-mail: “Sim, é uma tonelada mesmo, não é metáfora. Caixas, sim, dentro de um avião, passaram por uma kombi, um apartamento e outra kombi. Oitenta por cento do que tinha em Lisboa. Não tenho datas para a venda na net. Quem quiser comprar, quando eu começar, basta escrever para o mail, ir acompanhando o que eu mostro no blogue e no Facebook. Vou vender muita coisa brasileira. Não tenho vontade de fazer uma livraria portuguesa no Rio, pelo contrário. Cá, como lá, tentarei ter o maior número de idiomas possível. Quando fechei em Lisboa, se não me falha a memória, tinha mais de cinquenta línguas. A minha relação com o Brasil, seja a poesia, seja a música, seja o cinema, é, felizmente, bem antiga. Tenho sempre sorte de conhecer gente talentosa. Os de Portugal hão-de vir, por ar, mar, e todos os meios possíveis. No médio prazo o objectivo é encontrar um espaço físico térreo, para fazer uma livraria, digamos, mais pública. No longo prazo, comprar o Maracanã, acabar de ler Dostoiévski e decorar setenta e três por cento dos nomes dos frutos brasileiros. Não posso contar o que tenho andado a fazer, por estar ao serviço dos serviços secretos albaneses, de Kate Moss e da Nasa.”
Poesia Incompleta
http://poesia-incompleta.blogspot.com
https://www.facebook.com/poesia.incompleta
Mais um ótimo lugar para ir no Rio.
Adorei!
opa!
quando abrir, irei lá!
Não vejo a hora!
Changuito, o livreiro mais honesto do mundo. Palavra.
Divertido o e-mail dele!
Ewerton, leia essa entrevista, muito divertida também (e séria) http://tantaspaginas.wordpress.com/2012/01/21/changuito-ha-editores-maravilhosos-uns-assim-ja-para-o-assado-e-outros-militantemente-merdosos/
Puxa, realmente muito divertida – e séria. Gostei muito dos seus argumentos, em especial quando teve (à força da pergunta da entrevista) de entrar em querelas como a do fim do livro impresso (é ótimo o paralelo que faz com a ida ao estádio de futebol).
Pena que vai ao Rio em vez de vir a Belo Horizonte. Poderíamos recebê-lo bem. Apesar de que algo me diz que, se pousasse seu contêiner, seria grande a chance de ter de se mudar novamente em breve.
Ewerton, de todo modo, ele vende pela web. Você pode acompanhar livros que ele posta no Facebook e/ou no blog.
Já o adicionei no Face. 😉 Obrigado!
Quem me dera poder contratar pessoas, Hillé, mas eu mesmo não consigo, por ora, ser meu patrão.
é mesmo um rapaz sui generis, este Changuito! Se veio à Lapa é meu vizinho… sorte a minha!
changuito, me contrata!