Flip 10: Os livros mais vendidos durante a festa literária
12/07/12 15:01A Livraria da Vila, a que tem exclusividade para venda de livros durante a Flip, divulgou a lista dos mais vendidos. Reproduzo abaixo e depois comento.
SAGRADA FAMILIA – ALFAGUARA | Zuenir Ventura |
BONSAI – COSAC NAIFY | Alejandro Zambra |
BOX DRUMMOND – NOVA REUNIÃO (3 VOLUMES) – BEST BOLSO, LIVRARIA DA VILA | |
SERENA – COMPANHIA DAS LETRAS | Ian McEwan |
VISITA CRUEL DO TEMPO, A – INTRÍNSECA | Jennifer Egan |
AFRICANO, O – COSAC NAIFY | JMG Le Clézio |
GRANTA – OBJETIVA | Vários |
RETORNO, O – TINTA DA CHINA BRASIL | Dulce Maria Cardoso |
BOMBAIM – CIDADE MAXIMA – COMPANHIA DAS LETRAS | Sukethu Metha |
TODA RE BORDOSA – COMPANHIA DAS LETRAS | Angeli |
A primeira coisa que me desperta atenção é a presença de “O Africano”, de JMG Le Clézio, que ia comparecer mas teve de cancelar. A segunda, a ausência de Enrique Vila-Matas, que participou por fim de duas mesas, uma extra para susbtituir Le Clézio. Não tenho hipótese para Le Clézio aí; quanto à ausência de Vila-Matas, me parece que seus leitores,que o viram lá, já têm seus livros, talvez não seja um autor para ganhar fãs como resultado imediato de uma mesa.
“Bonsai”, o livro do Alejandro Zambra, é um daqueles candidatos a campeão de vendas antes mesmo da Flip, por tudo o que cerca a obra -uma história de amor e de livros, um autor jovem elogiado, a edição nesse formato gracioso.
“Serena”, de Ian McEwan, e “A visita cruel do tempo”, de Jennifer Egan: títulos novos de autores quase imprescindíveis para quem acompanha literatura (imprescindível é exagero para Egan, era uma desconhecida até este livro levar o Pulitzer, o prêmio porém levantou muito seu nome).
Angeli e Zuenir, assim como Drummond em coletânea: autores apreciados e bastante conhecidos mesmo por gente que não acompanha literatura.
O livro da Dulce Maria Cardoso recebeu muitas e ótimas resenhas. Livro e autora carismáticos, edição também caprichada.
“Bombaim – Cidade Máxima”, de Sukethu Metha, me surpreende entre os mais vendidos –não pela qualidade da obra, já vi gente fazer muitos elogios, mas pelo fato de ele não ser tão conhecido, assim como me surpreende a coletânea da “Granta” de autores brasileiros, pois até me parecia que muita gente ia comprar, mas não gente que estivesse necessariamente na Flip –isso é um bom sinal, acho (de que o leitor comum se interessa pelos novos ficcionistas brasileiros).
Jonathan Franzen fora da lista: como às vezes a compra está diretamente relacionada ao sucesso do autor na mesa, dá para entender a sua ausência.
Como comentário geral, acho que os leitores queriam ler boas histórias, acessíveis (que não sejam para iniciados), de ficção propriamente dita (quero dizer, não é história, política, filosofia).
Os números: O primeiro da lista vendeu 407 exemplares, o segundo, 404, diferença minúscula. Os volumes de Drummond e McEwan, 394 cada. O da Egan, 341. Os demais títulos, entre 200 e 300 cada um.
No ex blog: ano passado, Valter Hugo Mãe (que agora assina com maiúsculas) foi o mais vendido, vá por aqui.
Vou comprar TODA RE BORDOSA – encomendado por um amigo em Portugal. A minha escolha não está na lista…
Jorge Amado: há tempos tenho vontade de reler. Vou procurar uma bela reedição.
Um dia quero ir à FLIP ver como é.
Grande abraço, Josélia.
Ana, a C. das Letras reeditou todo Jorge Amado; será que você encontra aí em Portugal? Ou você está no Brasil?
A Jackie Kay foi uma belíssima surpresa. Na fila de autógrafos, todos tinham livros do Carpinejar, e lamentavam não ter conseguido correr pra comprar um livro dela. Foi unanimidade! Presença fortíssima, profunda, alegre, espontânea, fez uma ótima dobradinha com o Carpinejar. Acho que não chegaria a entrar na lista, mas com certeza teria vendido mais se já fosse conhecida. E foi no final da FLIP.
Ana, não vi a Jackie Kay, é pena. Deixei de ver, aliás, umas três mesas que queria muito, mas não consegui.
Também estranhei a ausência de Jorge Amado. Será que é também porque são muitos títulos e as vendas podem ter ficado dispersas?
Barbara, pode ter sido isso, claro. A mesa sobre Jorge era na Casa de Cultura, não fazia parte da programação da Tenda dos Autores, isso pode dar diferença também.
Tempo minha teoria para as vendas do “Serena”: foi lançado próximo à data da Flip.
oi Bruce, o livro foi lançado na Flip, lançamento mundial (antes de Londres).
Joselia, estou com o Cidinei ao acreditar, também, que o preço influencia muito. Com exceção do Bombaim (58, certo?) e das coletâneas (não sei o preço delas), os outros livros custam até 40 reais – o Zambra, inacreditáveis 23 (onde achar livro desse preço numa edição tão linda, hoje em dia?). O Vila-Matas novo custa 59. Já não é um escritor exatamente “fácil”, e por esse preço, ainda… 🙁
Gabi, sim, acho isso. Assim como a edição do Drummond, vários livros em três volumes, foi a mais comprada.
A minha aposta era em Jorge Amado… Nem sinal… Mas entendi o porquê.
Carol, 🙂 fez boa viagem? apareça!
Fiz sim, obrigada! Tô adorando o blog, parabéns!
🙂
Olá, Josélia! É possível que a presença de O Africano, do nobel francês, esteja relacionada ao lançamento da edição de bolso (da caprichada coleção Portátil), da Cosac…, ao sugestivo preço de R$ 21,90.
ah, sim, Cidinei, pode ter sido!
Fora que quando você comprava dois livros da coleção, você levava uma tote bag exclusica da Cosac Naify. ^^
Arthur, então você sugere que Le Clezio foi comprado só por causa da sacolinha? 🙂 Isso me lembra uma campanha da revista “Paris Review”: assine e ganhe essa linda toalha de praia. A toalha avulsa custava o triplo do preço da assinatura…
Achei a lista bastante interessante. O caso do Bonsai contabiliza as vendas do livro em português e em espanhol? Porque ambos estavam disponíveis e, no último dia do evento, apenas um exemplar em espanhol restou. Quanto ao Franzen fora da lista, outra suspeita: na fila de autógrafos, cada um estava com um livro diferente em mãos; acredito que ele entraria em uma lista de autores que mais venderam, mas porque todos os seus títulos estavam disponíveis e as vendas não foram concentradas em um único… Será?
Francisco, pode ser…Tem de ver também que ele não tinha livro novo, o de não ficção é novo, mas pelo visto os leitores preferiram ficção.