A literatura italiana que precisamos conhecer mais
07/06/12 11:13
Para quem ainda não sabe: Até julho, há uma programação que inclui mesas, poesia, performance e exposição dedicada à literatura italiana na Casa das Rosas, em São Paulo, vá por aqui. Começou no último fim-de-semana, quando o principal tema foi o poeta Giuseppi Ungaretti (1888-1970), imagem que abre o post. A curadoria é de Francesca Cricelli.
***
Um texto bacana sobre literatura italiana saiu no “El País” dias atrás por ocasião da abertura da Feira de Madri, vá por aqui. Na Itália, homenageada do evento espanhol, há uma proliferação de grandes narrativas curtas, como destaca o jornal.
Antonio Tabucchi e Alessandro Barricco, um pouco antes Italo Calvino: autores italianos são publicados por aqui, claro, mas não em quantidade, a impressão de descompasso é sempre grande.
O blog pediu a Júlio Pimentel Pinto, professor do departamento de história da USP que escreve sobre literatura, particularmente as de língua espanhola e italiana, para comentar o texto.
Dos citados, quem gostaria de destacar? “Dos mais novos, Gianrico Carofiglio, Alessandro Baricco, Niccolò Ammaniti, Marcelo Fois. Das gerações precedentes, Antonio Tabucchi (obviamente), Claudio Magris, Andrea Camilleri.” Gostaria de citar outros nomes que não estão no texto? “Dos vivos, Susanna Tamaro, Giuseppe Pontiggia e, principalmente, Vincenzo Consolo. Dos mortos, Fernanda Pivano e o fundamental Leonardo Sciascia.” Quem deveria ser imediatamente traduzido aqui no Brasil? “Gianrico Carofiglio. É quase inacreditável que não o tenham traduzido.” Como é essa nova literatura italiana (múltipla, imagino)? “Há multiplicidade, sim. E também: notável influência de recursos e técnicas da narrativa policial; rigor na construção literária; exploração de novas possibilidades linguísticas; reflexão sobre o peso do regionalismo; inventividade das tramas; diálogo complexo com os precursores (sem incorrer em repetições ou gestos iconoclastas baldios).”
***
Semana que vem, o CCBB de Brasília vai sediar um evento chamado Pensamento Italiano, com curadoria de Nicola Goretti, para encerrar o ano da Itália no Brasil. Não há mais vagas, mas dá para assistir ao vivo pela internet, vá por aqui.
***
Post antigo do blog: Antonio Tabucchi, “o tempo não se apanha com o rolex”, vá por aqui
GOSTARIA DE CONHECER MAIS SOBRE GAVINO LEDDA.ME EMOCIONEI AO LER PAI PATRAÕ.
Cristina Comencini. Excelente escritora e roteirista, com enorme público na Itália e grande potencial de vendas no Brasil também. Outra que, como o Carofiglio, não sei como não traduziram ainda.
Verga, Pirandello são clássicos mas percebo a falta de coisa nova, atual, com qualidade da literatura italiana… romance eu digo, não poesia…
Paulinho,
perfeito!
Abraços,
Júlio
Acrescentaria à lista o napolitano nascido em 1950 Erri de Luca.
Abs