A nova Gabriela, da Globo: este blog vai acompanhar
31/05/12 15:54
Não vai ter axé na trilha de “Gabriela”, novela do horário das dez da Globo baseada na obra de mesmo nome de Jorge Amado que estreia no próximo dia 19, informa a coluna de Keila Jimenez na Folha, vá por aqui.
Seria óbvio, já que a trama original se desenrola no começo do século 20, mas alguma ideia de usar música atual poderia passar pela cabeça dos realizadores –esse blog dá graças a Deus que eles preferiram se manter conservadores.
Faz tempo que escuto a trilha original de “Gabriela”, a novela da década de 1970 (não é trilha de Ilhéus da época do livro!), e diria sem hesitar que está entre os 50 cds que levaria para o espaço sideral, se tivesse de escolher apenas 50.
Este post é para dizer que, por uma variedade de razões que não vem ao caso agora, este blog acompanhará a novela e será rigoroso no julgamento, mas capaz de gostar bastante, se merecer.
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Juliana Paes, atriz escolhida para ser a nova Gabriela, visitou o acervo do escritor no Pelourinho semana passada, acompanhada do repórter Mauricio Kubrusly: sentou na mesa da poeta Myriam Fraga, diretora da casa, na imagem que abre o post; depois viu o datiloscrito do livro, guardado no acervo, segunda imagem; assinou no livro de visitantes e, por fim, viu a memorabilia gabrielística, na terceira e quarta imagens.
Pesquei as fotos da página oficial da Fundação Casa de Jorge Amado no Facebook, vá por aqui.
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Como brinde de pé de post, deixo essa “Suíte Gabriela” com André Mehmari e Ná Ozetti, no “Piano e Voz”, esse grande disco que todos deveriam ter em casa (outro dos 50 da lista acima, claro!).
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Vá por aqui, para escutar no youtube a versão original da música, com Jobim e seu afinadíssimo coro feminino
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Outros posts do blog: por aqui, a memorabilia da biografia de Getúlio, por aqui, a exposição dedicada a Jorge Amado no Museu da Língua Portuguesa.
Interessante essa história de usar música atual, um cineasta brasileiro colocou música atual num filme sobre Tiradentes e foi massacrado pela crítica, provavelmente os mesmos que adoraram Nicole Kidman cantando música de Madonna ao lado de Toulouse-Lautrec.
Brasileiro adora lamber as botas dos gringos.
Lamentável.
Não só a trilha sonora da versão de 1975 é insuperável, como a incidental também. Será mais difícil ainda concorrer com o texto da adaptação de Walter Durst, que enfatizou corajosamente o teor político da obra desse romance de Jorge Amado, e é até de se recear o que pode resultar dessa adaptação do Walcyr Carrasco, autor de qualidade bastante discutível. E há ainda as interpretações de Armando Bogus, José Wilker, Paulo Gracindo, Sônia Braga, um eenco definitivamente insuperável. O mais triste é que essa adaptação pode minar qualquer chance de uma reapresentação da primeira versão dessa novela, mesmo em um canal de reprises, como VIVA. É mesmo lamentável…
Marcos, também acho que seria grande ideia reprisar a novela antiga.
É mesmo uma pena, Joselia. COnsegui assistir os capítulos da versão original, que baixei. É uma novela bem escrita, com interpretações brilhantes, e sem qualquer vulgaridade em relação à sensualidade/sexualidade da personagem Gabriela, que é apresentada como no romance. O mais provável é que Walcyr Carrasco transforme essa asaptação numa mistura de pornodrama barato e comediazinha de costumes.
Aposto que a novela fará uma amostragem extremamente superficial da obra do Jorge Amado. Duvido que as tramas e disputas políticas presentes no livro sejam transportadas para a telinha.
Em 2012, o Bloomsday paulistano – evento que celebra anualmente a obra do célebre escritor irlandês James Joyce – criado em 1988 por Haroldo de Campos e organizado, hoje, por Marcelo Tápia e Ivan de Campos – chega à sua 25ª edição, com uma programação especial que incluirá dois dias de atividades, um na Casa Guilherme de Almeida e outro no Finnegan´s Pub, onde tem sido realizada, desde a criação do evento, uma comemoração literomusical baseada na obra de Joyce.
Grato pela dica
Não tocará axé porque o pseudo-símbolo deste estará “atuando” na série… Não tínhamos atores regionais ou outros que pudessem estar no lugar da Ivete. Que mérito esta tem?
Luciano, vou te contar – Ivete é uma das pessoas mais carismáticas que já conheci. Quem sabe ela não canta outra coisa? A ver.
Tenho certeza, Josélia, que ela é uma excelente pessoa.. Mas daí para ser atriz é outra novela. Enfim. Espero que a refilmagem seja feita com o esmero merecido. Sabe de algum BloomsDay que possa acontecer em SP por esses dias?
Luciano, ela vai fazer, se estou bem lembrada, um pequeno papel como dona do Bataclan, o bordel. Vou procurar sobre o calendário do Bloomsday, sempre tem bastante coisa, né?
Não é porque tem meu nome, não, mas essa trilha é lindíssima, mesmo. 🙂
🙂
Aguardo sua análise fonética sobre o sotaque baiano dos atores.
Não tenha dúvida, serei implacável. 🙂 Reparou como os atores baianos têm sotaque muito menos acentuado na comparação com os que foram treinados para falar baiano?
vcs não acham que já chega de promover a globo?ou alguém ai da folha está recebendo por isso?
ue, dizer que vai criticar a novela é promover?