Cynthia Ozick, favorita no Orange Prize. Ainda não a conhece? Leia "O Xale"
19/04/12 18:19“Foreign bodies” (corpos estrangeiros), da americana Cynthia Ozick, é o favorito entre os finalistas do britânico Orange Prize — leio aqui, no “Guardian”.
Para quem não se lembra: a premiação é exclusiva para ficção escrita por mulheres –na França, também há um prêmio de gênero, se é que podemos chamar assim, a diferença é que o francês Femina elege também homens, porém escolhidos por júri exclusivamente feminino.
Não li esse novo de Ozick, uma senhorinha simpática de 84 anos, mas já espero bastante, pois conheço o seu bonito “O Xale”, que saiu faz uns cinco anos pela Companhia das Letras. É um livrinho com menos de cem páginas, reúne dois contos, um deles, o que lhe dá título, trata do holocausto, o segundo tem a mesma personagem anos depois. Denso e inesquecível.
Ozick não é a única americana. Dos EUA, há Ann Patchett, com “State of Wonder”, que já venceu o Orange tempos atrás (com “Bel Canto”, publicado aqui pela Francis); e Madeline Miller, estreante, com “The Song of Achilles”.
Concorrem também a irlandesa Anne Enright, conhecida pelo leitor brasileiro desde a vinda para a Flip de 2009, com “The Forgotten Waltz”; a britânica Georgina Harding, com “Painter of Silence”; e a canadense Esi Edugyan, com “Half Blood Blues”.
As editoras brasileiras, imagino, já devem ter comprado essas finalistas todas. É o que costuma ocorrer durante a London Book Fair, esta semana. A divulgação das indicadas coincide com a feira britânica.
O anúncio da vencedora sai no dia 30 de maio. Ano passado, quem levou o prêmio foi a estreante Tea Obreht, da Sérvia, com “A Noiva do Tigre”, publicado aqui pela Leya.
Antes de nova rodada de entrevistas e textos maiores, o blog terá nos próximos dias vários pequenos posts.
Acho que não é correto dar um premio desses para uma escritora racista e supremacista. Ozick é judia, sionista fanática e prega o extermínio e a limpeza étnica de palestinos e considera sua cultura “inferior”.
Vejam que “beleza” de opiniões essa racista tem:
http://mondoweiss.net/2012/04/ozick-anti-palestinian-polemicist-is-shortlisted-for-a-big-prize.html
Acho que é importante noticiar isso para termos noção de quem essa pessoa é. Claro que isso não interfere necessariamente no trabalho dela (mtos grandes escritores foram e são racistas) mas acho que nao se pode legitimar esse tipo de comportamento. Um escritor anti-negros, anti-semita e machista provavelmente não ganharia prêmio algum.
Ricardo, nunca soube que a Ozick fosse racista. Acho que tem de ver se a fonte de informação é confiável, é? Nem tudo que um jornalista pôe no ar (ou num jornal) é verdade. Pode ocorrer também que ela tenha feito críticas duras, mas isso não signifique que seja extremista. Vou tentar saber mais a respeito.
Em 2010 fiz um curso de criação literária e um dos professores incluiu em seus exemplos o conto “O Xale”. Tanto pela leitura que ele fez em sala, em voz alta, quanto pelo enredo em si, nunca mais esqueci o texto. Tomara que tenhamos novidades em breve!
que bom que conhece, Laís!