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por Josélia Aguiar

Perfil Josélia Aguiar é jornalista especializada na cobertura de livros

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Os Corvos são vários. "Nevermore", único

Por Joselia Aguiar
02/03/12 13:25

Um trailler novo de “O Corvo” começou a circular ontem. O filme de James McTeigue (de “V de Vingança) estreia este mês lá fora.

A graça é que Edgar Allan Poe, autor deste poema tão denso quanto ressonante desde o século 19, se torna protagonista da tal trama de mistério. É vivido por John Cusack (de “Alta Fidelidade”, “Quero Ser John Malkovich”).  

Não só o “Corvo”, mas várias obras de Poe costumam inspirar adaptações de todo tipo —uma vista rápida pelos seus caminhos no cinema nos mostra o Imdb.


 

É coincidência, me explica a Leya Brasil, que saia agora nova edição de “O Corvo e suas Traduções”, organizado por Ivo Barroso, poeta e tradutor.

 

 

 

No volume, além do próprio “Corvo” original, reúnem-se as versões clássicas para o francês de Baudelaire e Mallarmé e para o português, como a de Fernando Pessoa, Machado de Assis e Milton Amado, esta considerada pelo organizador como a mais perfeita. Um ensaio de  Barroso sobre as traduções, um breve perfil de Poe e seu célebre artigo “A filosofia da composição”, em que trata do poema, completam o livro.

Quem nunca leu o poema inteiro mas gosta de livros sabe ao menos do que se trata. Se vê ou escuta a palavra  “nevermore” (“nunca mais”), seu refrão obsessivo, reconhece de onde vem a citação. É como “ser ou não ser”, “há algo de podre no reino da Dinamarca” ou “foi a cotovia e não o rouxinol” –para lembrar da tradição de língua inglesa outras referências, essas de Shakespeare, seu campeão de ressonância.

Sobre o poder do  “Corvo” para atrair leitores, Carlos Heitor Cony conta na apresentação um episódio engraçado. Em 1997, depois de uma conversa com Barroso sobre as várias traduções, em especial a de Amado, resolveu abordar o tema na crônica diária que escrevia na Folha. Seria mais uma, relembra Cony, se tantos “telegramas, cartas, faxes e telefonemas” não tivessem se multiplicado com o mesmo pedido: a versão de Amado na íntegra. Teve de fazer nova crônica para dizer que não seria possível, primeiro por falta de espaço, segundo pela questão dos direitos autorais.

Como explicar o fascínio desse poema? Tenta-se, com faz Barroso no seu belo ensaio, mas, vamos admitir, há certas coisas que jamais se explicam. Os Corvos são, por isso, vários; mas “nevermore”, único.

 ATUALIZAÇÃO às 16h25 – De Carlos André Moreira, do blog Mundo Livro, chega a indicação deste texto aqui, de Paulo Alcaraz, do Alerta Geral, sobre adaptações do “Corvo” no cinema, na música e nos quadrinhos.

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Comentários

  1. vinícius alves comentou em 05/03/12 at 3:12 pm

    Joselia,

    eu fiz também uma tradução do Corvo de Poe. o livro chama-se “O corvo, corvos e o outro corvo” que saiu pela Bernúncia Editora em coedição com a Editora da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), em 2.000. não sei se eles ainda têm o livro, mas, se você quiser, posso mandar uma cópia do poema. No livro do Ivo, ele me cita, na página 33, o que me deixou muito alegre. Tive o prazer de conhecê-lo aqui em Floripa.

    era isso

    parabéns e um abraço

    • Joselia Aguiar comentou em 05/03/12 at 8:54 pm

      Vinicius, parabéns para você tambem.

  2. Maurício de Macedo comentou em 03/03/12 at 5:12 am

    Edgar Allan Poe

    Maurício de Macedo*

    Ainda que se parta o espelho
    Ainda que a sepultura afaste
    da visão e do olfato
    a putrefação
    Ainda que existam outras mulheres
    além da mulher que o abandonou
    tão cedo
    (E que os vermes ainda não as tenham
    tornado santas)
    Ainda que Eros pretenda
    ludibriar Tânatos
    Um corvo na janela continuará dizendo
    Nevermore,Nevermore.

    *Maurício de Macedo é poeta em Maceió.

  3. Rogério comentou em 02/03/12 at 3:16 pm

    Eu tenho uma edição anterior desse “O Corvo e Suas Traduções” (de bolso -da Lacerda Editores, será?). Por incrível que pareça, a versão do Milton Amado supera mesmo as de Machado e Pessoa. Beijo, querida.

    • Joselia Aguiar comentou em 02/03/12 at 4:23 pm

      eu não consigo escolher, quero dizer, acho que cada uma tem seu homem e sua circusntância…

  4. juliana comentou em 02/03/12 at 2:53 pm

    Provavelmente esse deve ser o poema mais adaptado de todos os tempos para outras mídias. Quantos filmes já fizeram? Tem um famoso com Vincent Price, acho que de 1961. Recomendo.

    • Joselia Aguiar comentou em 02/03/12 at 4:24 pm

      Juliana, vou atualizar agora com a indicação de um link que me passou Carlos André Moreira, do Mundo Livro

  5. Elaine P. comentou em 02/03/12 at 2:05 pm

    Tenho o tomo de obras completas do Poe editado pela Nova Aguilar, com organização do Oscar Mendes, que compila todas as traduções em língua portuguesa de “O Corvo” (até o momento daquela edição, evidentemente). É uma delícia passear entre uma tradução e outra, apontar diferenças e identificar as escolhas dos tradutores.

    • Joselia Aguiar comentou em 02/03/12 at 4:25 pm

      que maravilha, Elaine. Eu não tenho essa edição, nunca a folheei.

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